Agricultores participam de intercâmbio agroecológico

Fortalecer a produção agroecológica no Estado de Sergipe, esse foi objetivo do intercâmbio agroecológico, ocorrida na última quinta-feira, em Lagarto, o qual envolveu agricultores da Comunidade Quilombola Lagoa dos Campinhos, município de Amparo do São Francisco, Técnicos da Emdagro das unidades locais da Colônia Treze, Propriá e assessores estaduais das áreas de Comercialização, Agroecologia e Organização Desenvolvimento Social.

 

O grupo de 14 agricultores foi recepcionado pelos membros da Organização de Controle Social da Colônia Três, onde percorreram a unidade de produção agroecológica da comunidade, socializando experiências, sobretudo, na apreensão de novas formas de cultivos, do controle natural de doenças e pragas e o desejo pela diversificação da produção agroecológica, além da troca de sementes e mudas das principais culturas produzidas pela OCS.

 

Em visita à propriedade da agricultora Ângela Maria de Jesus, o grupo pode vivenciar a aplicação das técnicas apresentadas pelos técnicos da Emdagro para a produção de uma agricultura orgânica. “Muito gratificante quando nosso conhecimento passa a ser dominado pelos agricultores a ponto de não termos mais controle sobre ele, o que só demonstra a libertação do homem do campo, dando-lhe mais autonomia”, observou o técnico do escritório da Emdagro em Propriá, José Vieira Ramos Filho, que assessora atualmente a Comunidade Quilombola Lagoa dos Campinhos.

 

Ainda na programação do intercâmbio, uma importante experiência para o grupo foi acompanhar o escoamento da produção através de um importante mercado de comercialização que é a feira de produção agroecológica realizada pela OCS da Colônia Treze, na Praça daquela localidade, a qual envolve a participação de consumidores local e circunvizinhos na aquisição dos mais diversificados produtos livres de agrotóxicos.

 

O intercâmbio foi bem avaliado pelos agricultores que viram encantados todo o trabalho desenvolvido pelo grupo da Colônia Treze. “Tudo aqui foi muito importante para a gente que está começando essa atividade, mas, o que mais me chamou a atenção foi que o entrosamento entre técnicos da Emdagro e os agricultores no processo de aprendizagem”, destacou a Diretora da Escola Municipal Josias Manoel dos Santos, localizada no Povoado Crioulo, Ana Carla Santos.

 

Para a agricultura Maria Linda Santana Marinho, da comunidade Quilombola de Campinhos, grupo da tomou a decisão de trabalhar a produção na perspectiva agroecológica em 2017. “Mesmo com muitas dificuldades, principalmente, no tocante a recursos hídricos, nós decidimos adotar essa prática agroecológica. Porém, pela vontade de fazer o melhor não desistimos de jeito nenhum e o grupo avançou”, comentou, acrescentando que no seu grupo, a execução dos trabalhos os homens se encarregam de encher o tanque e as mulheres com um regador vão fazendo a ‘molhação’ para o cultivo não morrer, até que chegue a irrigação completa.

 

Na avaliação da Assessora da Emdagro, Abeaci dos Santos, a prática extensionista em Sergipe e no Brasil tem provado que uma das ferramentas mais importantes para o processo de aprendizagem e da construção coletiva do conhecimento no meio rural, é o intercambio, pois, é através dessa ferramenta que técnicos e agricultores criam laços mais fortes na geração de conhecimentos e os agricultores protagonizam seu desenvolvimento pesquisando e recriando todos os dias.

 

“O grupo não está preocupado apenas com a produção em si, mas, também, com os diversos aspectos do desenvolvimento sustentável como saúde, educação, cooperação, organização, cultura, lazer entre outros, mesmo porque agroecologia é uma questão de equilíbrio”, observou Técnico da Emdagro da Colônia Treze, Paulo Alves Filho que assessora a OCS.

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Última atualização: 14 de outubro de 2019 12:04.